Desenvolvimento Humano através da Comunicação e Relacionamento nos ambientes
O que o ambiente é para o crescimento natural, para o nosso desenvolvimento como ser humano?
Texto de autoria - Professora e pesquisadora Giulia Dall’oglio
O que o ambiente é para nós quando nascemos? O quanto o ambiente influência o desenvolvimento infantil e nutre as Linguagens da criança? O que o ambiente instiga no humor, personalidade, quando vamos a lugares diferentes? O que o ambiente causa em nosso intelecto? O que ele provoca em nossas emoções?
Esse é um assunto muito profundo e quero trazer conteúdos que considero principais ao longo de minhas pesquisas, para falarmos sobre a importância do ambiente na vida humana, na vida das criança, de filhos, alunos adultos e idosos. E vamos começar pela ordem de como perceber o ambiente que nos rodeia.
Sabemos que crescemos e nos desenvolvemos através dos nossos 5 sentidos.
Os 5 sentidos trazem o externo, o que o ambiente é em vida, movimento, fisicamente, para o nosso interior.
Em um ambiente com muito som, muito ruído, crianças, carros, mesmo estando de longe, esses estímulos ao redor chegam até eu e você. Por qual via esse ambiente interage conosco, invade sua e minha vida? Pelo sentido auditivo.
Então, primeiro, o ambiente irá nos alimentar de tudo que nele contém. Existem coisas no ambiente que nós controlamos e existem outras coisas que nós não controlamos. E é das coisas que nós não controlamos que quero falar primeiro.
O que sai do seu Controle nos ambientes
A primeira coisa que nós não controlamos no ambiente é o som. Nós não controlamos o som do mundo. Nós recebemos o som do mundo a todo momento, desde antes mesmo do nascimento.
Existem pesquisas que apontam o sentido auditivo presente desde o 3º mês do feto. Outras, já mencionam que após o 5º mês o feto reconhece e interage com esses estímulos, pois o sistema nervoso está completo. E é por esse Sistema nervoso central que todo o processo de alimentação do som e ambientes interagem para influenciar nosso corpo e ações, ininterruptamente.
O ambiente é o nosso alimento maior, que provém vibrações sonoras e não sonoras - que são ondas, frequências que o ouvido não capta, que nós não ouvimos; os animais conseguem captar algumas, outras não. E nós, seres humanos, ouvimos apenas uma pequena parte. Cada sentido faz seu papel na captura dessas frequências para nos transladar o que é o ambiente e para que assim possamos viver em cada habitat.
Nós temos um campo auditivo que é como uma fita métrica, tem uma medida. E a medida que nós alcançamos está entre 20 e 20.000 Hz. E abaixo ou acima dessa medida nós não capturamos, não ouvimos, mas essas vibrações estão onipresentes em todos os ambientes.
São incalculáveis os elementos que interagem conosco e nos cercam, logicamente não temos controle de capturar, compreender e perceber tudo o que existe em nosso ambiente, mas precisamos saber que nosso EU coexiste e é legitimamente a soma de nossas experiências em nossos ambientes.
Se no mínimo os sentidos humanos forem abertos a detectar os estímulos naturais existentes, já será incrível a Percepção e coexistência alcançada. Precisamente, o ser humano deve usar seu potencial sensório, sua máquina, para viver no ambiente e evoluir por suas Percepções e ideias. Essa parcela detectada pelos sentidos não é só o guia de sobrevivência, mas também de Consciência da Totalidade da Existência que o cerca, guia de Relacionamento consigo e o externo; guia de ação, reação e Leis que competem à Evolução da Humanidade.
Vibrações que não são ouvidas mas influenciam emoções e o sistema nervoso
Então, que outras vibrações estão no ambiente que você não ouve? Vibrações elétricas, vibrações de radiação, vibrações das emoções, dos campos magnéticos da pessoas, as vibrações de tudo que é físico, vibrações da vida ao redor: as formiguinhas, os animais, as plantas… Todas as coisas que existem têm suas vibrações! As ondas magnéticas, as ondas de rádio, infravermelho, ultravioleta, raios cósmicos diversos, as ondas dos eletrodomésticos, da eletricidade ao nosso redor.
Tudo isso nós não ouvimos mas sentimos.
Pai, mãe, educador, autoridades governamentais, profissionais da saúde e da ciência: você está mais atento ao que à saúde e desenvolvimento global da criança, ao que ela precisa desenvolver e ao que ela ainda não desenvolveu. Você está mais atento, a priori. Por isso eu pergunto a você:
_ Já sabemos que o ambiente nos alimenta de vibrações e que há vibrações sonoras e vibrações não sonoras. Algumas vibrações controlamos, outras não.
Então, será que tudo que está em nosso ambiente é necessário? Será que tudo que existe nos ambientes que frequentamos está nos nutrindo, nos estimulando, enriquecendo o nosso sistema, nosso intelecto, nosso aprendizado, provendo Consciência Humana?
Ou será que nosso ambiente está nos estressando como sociedade, nos prejudicando, nos sobrecarregando de frequências, de vibrações, de estímulos visuais, de sons, de gestos, de afazeres? E naturalmente afetando as crianças que estão recebendo um desenvolvimento forçado, limitado, estereotipado e fruto da desordem ambiental na qual vivemo?
Será que nosso ambiente hoje é um ambiente natural?
Um ambiente natural não é apenas um ambiente que está ao ar livre, que tem vegetais, plantas, terra. O ambiente natural, que vai desenvolver a natureza do ser humano, é o ambiente que atende a necessidade do momento, a necessidade da fase na qual a criança está.
Um ambiente natural, um ambiente rico, que nutre, que desenvolve, que estimula, é um ambiente que atende a natureza do indivíduo.
Então, nós não precisamos estar em um ambiente de ‘natureza’, nós precisamos estar em um ambiente natural para a nossa natureza; para o nosso sentimento ser atendido, para o nosso intelecto ser atendido, para o nosso físico ser atendido.
Uma criança quando nasce, qual é o seu ambiente natural?
A criança começa a ser estimulada para falar, para andar, para fazer as coisas sozinhas, para se tornar independente. Mas qual é a primeira natureza do bebê? Qual é a nossa natureza como seres humanos, quando bebês, quando nascemos?
Nascemos em um mundo cheio de estímulos, cheio de coisas para conhecer, nós não sabemos nada desse mundo. Essa é a primeira percepção que chega ao nosso ambiente naturalmente. Nós temos uma primeira percepção a ser desenvolvida e essa percepção deve ser acolhida naturalmente.
A primeira natureza do bebê é a natureza que ele mais capta, é a natureza que ele mais percebe e a qual ele não tem o poder de escolha. A nossa primeira natureza é o nosso campo de percepção auditiva e sensorial, emocional, ou Vibracional. E esse é grande motivo pelo qual o bebê quer ficar com a mãe; quer e exige a presença dela.
As mamães, são o primeiro ambiente para o bebê. Nossa mãe foi nosso primeiro ambiente. Então quando um bebê nasce ele quer ficar com a mãe, ele precisa ficar, ser nutrido, acolhido, alimentado pelo seu primeiro ambiente.
E a natureza da criança vai começar a conhecer o que por primeiro?
Começará a capturar os sons do mundo. Nosso primeiro ambiente é um ambiente sonoro.
Por onde for, o bebê estará atento aos sons do mundo. Ele não irá se interessar pelos objetos por primeiro, porque primeiro ele estará ouvindo o mundo. Há tanta coisa chegando ao ouvido dele, há tanta coisa para ele descobrir. ‘O que é isso, que som é esse?’, são sons que vêm de toda parte. Então esse bebê está se desenvolvendo na sua primeira natureza: a natureza sonora, a natureza vibracional.
Para as Leis Naturais, aqui abordadas, o foco não é atender a escola ou a sociedade, o que ela exige ou como ela vai apontar para o seu filho porque ele não fala ainda, ou apontar para a sua filha porque ela é muito agitada; o foco do desenvolvimento não é esse. O foco é desenvolver o que é realmente importante: a natureza da sua criança em Ordem Natural, a sua natureza como mãe, como família, como ser humano e a natureza da criança como Criança que é.
Somos uma plantinha alimentada pelo sol, terra e água, vento e chuva.
A nossa natureza precisa de algumas coisas pra se desenvolver, é como uma planta. Vamos olhar para o que somos como um Ser Natural, de desenvolvimento similar desde a barriga materna. Isso deve ser muito bem compreendido, pois ocorre através de Leis físicas que até hoje não foram completamente solucionadas pela ciência.
No início da vida nós somos um grande ouvido no líquido uterino a vibrar e registrar vibrações. Após nascer, ouvimos o mundo físico, o externo constantemente e é isso que nos desperta interesse para começar a caminhar, ‘eu vou caminhar em direção ao que eu quero descobrir’. Tudo que fizer som o bebê irá atrás, porque ele quer saber o que é aquilo. ‘O que é aquilo que está me chamando, estimulando’.
Não é à toa que as crianças só aprendem a falar através do som; do som da voz da mãe, do som da voz afetuosa, amorosa. Se não houvesse essa natureza as crianças aprenderiam a falar através da TV. Mas não é o que acontece, basta observar o que ocorre quando se deixa uma criança com 0 anos em frente à TV. Ela não vai falar, vai estar com 2, 3 anos e não irá falar.
Nós não fomos educados a entender que existe uma natureza em nós, que existe uma ordem de educação, uma ordem de aprendizado. Nós precisamos alcançar esse raciocínio, essa lógica, essa Ordem Natural de Ser e Educar.
Fazemos com a melhor das intenções. E cometemos alguns erros na educação, como exemplo o ‘cantinho do pensar’: há muito tempo surgiu essa "técnica" de botar crianças no cantinho do "pensar", para pensar sobre o que fez. Mas uma criança que ainda não desenvolveu suas linguagens não irá pensar, não irá discernir o porquê ela está sendo colocada para pensar. Ela vai levar o pensar como um castigo. Esse é um caso de desordem do ambiente em relação à natureza humana. Assim, nosso ambiente nos cria, nos molda, nos encaixota ou direciona a questionar e crescer.
A partir do momento que começamos a olhar para o ambiente, vemos que o que estimula não é tanto a atividade. O que estimula é o ambiente como um todo. Não adianta dar para o seu filho ou seu aluno, uma atividade para desenvolver o cérebro, para desenvolver o raciocínio, para trazer a lógica e não cuidar dos outros estímulos que estão no ambiente; e principalmente: isolar a natureza de suas necessidades à parte do ambiente. Ela irá pedir e demonstrar seus desejos e anseios através da Comunicação, senão falando, pegando, senão pegando, implorando, desenhando, sofrendo…
"Não existe nenhuma intervenção artificial que não passe pelas Leis Naturais, se houver, não será lógica."
Para entender a importância do ambiente para o desenvolvimento da criança e para o nosso próprio desenvolvimento, é preciso olhar para essas questões diariamente. Porque pode ser que você esteja estimulando coisas em desordem, que você esteja desequilibrando seu próprio ambiente de casa ou seu próprio ambiente escolar, sem saber, com boas intenções, porém, baseadas em modelos antigos. Logo, quando desequilibramos o ambiente, quando desequilibramos a natureza, essa natureza reage, essa natureza responde. Haverá uma reação. A criança, nosso filho, nosso aluno irá nos mostrar que algo está errado através do comportamento, através de uma atitude, através de não ouvir, de não agir no verbal como esperado, de não responder com "educação"... A criança sinaliza tudo. Há sinais no comportamento, na conexão, no sorriso, na saúde física.
Nós somos como uma plantinha, a criança é uma plantinha. Há uma raiz que nutre toda essa planta e que faz desenvolver seu físico, que desenvolve o crescimento da planta. Ela é nutrida pelo Sol, pela luz que ela absorve, pelos estímulos, pelas vibrações, que, no caso da plantinha, são as vibrações solares. Ela recebe a nutrição da luz solar e a nutrição do solo: água, nutrientes, sais minerais, que vão constituindo tudo que a plantinha é.
Então, se olharmos para a planta como uma criança, como um bebê, como um ser humano, veremos que nós recebemos estímulos por todas as partes. Não é apenas o que vemos que está nos alimentando, não é só o que fazemos que está nos estimulando. Nós recebemos alimento por todos as partes e principalmente pela raiz.
E o que nutre toda essa plantinha? Se tirar a luz do Sol essa plantinha começará a murchar, se tirar os nutrientes da raiz ela vai mostrar que não está bem através de seu corpo, através de suas ações, de seu comportamento.
Se essa plantinha é o seu filho, seu aluno, o que está faltando lá na raiz, na natureza da sua criança? O que está faltando ser nutrido? Ou você está poderá estar podando demais sem fertilizar...
Você pode podar algo que não está bem, algo que você não quer; mas não adianta podar, arrancar o que você não quer, não adianta dar remédio para um comportamento que não está bem. Você tira esse comportamento mas a causa está na raiz, a causa é o seu ambiente; a causa nasce do efeito provocado pelo ambiente.
Esta analogia é a melhor possível para entendermos a natureza da criança, para entendermos que a nossa natureza humana recebe estímulos de todas as partes e que as raízes para esses estímulos são os nossos 5 sentidos naturais: audição, visão, olfato, paladar, tato - o corpo inteiro. O contato que eu tenho com os corpos do mundo; o quanto eu crio com meu corpo, o quanto eu movimento meu corpo e posso sentí-lo, o quanto eu sei usar os corpos que estão ao meu redor.
Ocorre que, algumas vezes, o que está alimentando a raiz não é um bom nutriente. O que nos alimenta no dia a dia pode não ser um bom nutriente. As palavras que ouvimos, as palavras que dizemos para a criança, as cobranças que temos com a criança ou adultos; o som da nossa voz, da nossa fala, o som do nosso relacionamento. Quando você chama seu filho, o som da sua voz, a vibração que está alimentando a raiz da criança.
O ouvido é a raiz, o olho é a raiz, o paladar é a raiz, o olfato é a raiz, o corpo é a raiz. Mas se a criança não recebe um bom nutriente na raiz, se ela não recebe luz, uma boa companhia, se ela não tem um relacionamento amoroso, de doação incondicional e conexão com seu ambiente, pode ser que essa criança não esteja recebendo nutrição do ambiente que ela está.
Essa percepção deu origem à Teoria das 7 Linguagens Naturais e Musicais, as Leis Naturais e sua Ordem Natural de desenvolver toda Natureza, como também a Natureza Humana e ocorreu a partir da minha busca como mãe e como professora, do como estimular completamente meu filho, meus alunos e principalmente, cuidar, ter um cuidado extremo para não colocar coisas indevidas, que não vão nutrir, coisas que irão atrapalhar o desenvolvimento.
"Descobri que Comunicação, relacionamento e Educação são um trio inseparáveis.
Hoje, o ambiente pode estar atrapalhando o nosso desenvolvimento, acelerando demais, estressando demais, colocando carga demais ao simples consumir, gastar, obter mais.... Estamos exigindo demais das crianças. E estamos exigindo poucas coisas. Nós não estamos exigindo um desenvolvimento total do cérebro. Estamos exigindo um desenvolvimento parcial: falar, se comunicar, atender ao que é pedido, ter boas notas, passar de ano, falar uma língua ou ser educado.
E o que é ser educado? É atender mãe e pai? Muitas vezes a criança não quer, ela está interessada em descobrir o mundo e nós estamos apressando, acelerando esse processo às tendências do momento.
O que acontece, de fato, é que o ambiente não consegue acelerar esse processo. Uma plantinha cresce no seu tempo, no seu habitat natural; com a criança acontece da mesma maneira. Um cérebro é uma semente e cada cérebro vai se desenvolver no seu tempo natural, de acordo com os estímulos do seu ambiente.
Faça uma analogia. Primeiro, o que é que está nutrindo a sua criança, seu filho, seu aluno? O que é que você está dando de nutrição e o que já existe nos ambientes de convivência? O que você está colocando lá na raiz? Quais são os sensores da natureza da sua criança que você está estimulando? Você está estimulando a audição, você está estimulando o olfato, você está estimulando o paladar? Ou você está podando, colocando somente o que você quer, tentando induzir ao que você quer? Porque se a sua criança está pedindo para olhar para o céu e você diz ‘não, olhe para cá, isto é importante’, você não está atendendo a natureza da sua criança, mas sim, o egoísmo de alguém que também foi podado, não foi atendido e por isso não dá valor ao simples, engenhoso e sofisticado Natural processo do Aprender.
Então, é muito importante você se questionar se a necessidade da criança é atendida. E se você não atende, olhe para isso, atenda a natureza. A natureza se comunica com você o tempo todo.
A Natureza humana fala através de várias Linguagens
A natureza da criança vai se comunicar com você Mamãe, pai ou educador e sempre dirá o que ela quer. Se ela quiser olhar para cima, ela está explorando aquilo, se quiser olhar para baixo, botar algo na boca, é isso que a natureza da criança está desenvolvendo, esse é o interesse que a sua criança está tendo. E você não precisa se preocupar porque existe um processo natural para você atender na sua criança. Esse processo chamamos de Leis Naturais, que são a ordem natural de desenvolvimento do cérebro, de 0 a 7 anos.
"Lembre-se de quando você foi criança, simples assim."
De 0 a 7 anos a criança vai dizer o que ela deseja aprender, ela dirá ‘eu quero ir para lá, eu quero provar isso…’ e se ela não falar, ela vai fazer. O corpo fala o tempo inteiro e nos mostra o que devemos alimentar. Mas se você quiser alimentar poucas coisas, que somente são exigidas pela tendência do período de sua sociedade, você não vai atender a natureza da criança, não vai estimular todo potencial que ela tem. Jamais lhe dará asas.
Pergunte-se : o que falta de alimento na raiz da sua criança???
As raízes são os 5 sentidos, a raiz é o corpo, a raiz é o desejo que a criança tem. O que está alimentando essa plantinha, essa criança? O que não deveria estar alimentando? Se colocarmos uma planta que não pode pegar sol o dia inteiro no sol, ela vai queimar. Se botarmos uma planta que precisa de sol em um lugar úmido e escuro, ela vai mofar. Então, se você colocar coisas das quais a criança não pode se alimentar naquela fase, você vai desequilibrar toda ordem de aprendizado dessa criança.
Vamos usar um exemplo muito claro de quando um criança fica por muito tempo na frente de uma tela, de um eletrônico, com seu corpo parado, com sua natureza parada. Quando colocamos uma natureza em um ambiente artificial, sabemos que essa plantinha não irá crescer, ela irá se desenvolver de outra forma. E o que acontece é o que vemos: crianças com quadros de problemas de comportamento, com atraso de fala, com dificuldade, com excesso de agito, excesso de atividade e poucas capacidades naturais de relacionamento e comunicação. O que esses ambientes estão estimulando na natureza dessas crianças? Eles são ambientes artificiais.
O que mais prejudica a nutrição do ambiente de uma criança de 0 a 7 anos é banir os interesses que ela possui, é podar.
A criança se interessou por ver a árvore e você não a leva pois lá ela irá se sujar; a criança se interessou em ir para o chão, em conhecer, engatinhar e você a tira do chão pois ali ela irá se machucar.
Nós estamos atrapalhando o desenvolvimento natural como maus interventores. Nós, como ambiente e os ambientes onde as crianças estão indo. Nós estamos tornando o desenvolvimento artificial e processado. E o desenvolvimento da natureza humana é Natural. Compare o sabor de um legume colhido da horta e de um enlatado...
Se você botar uma plantinha dentro de casa, em um pequeno vasinho, em uma caixinha, verá que ela não crescerá pois ela não tem espaço, não tem estímulos para crescer. É como a criança, se você espera que a criança aprenda somente dentro de quatro paredes, da sala de aula, da salinha dos cursos em que ela vai, enlatada; você está limitando uma natureza de crescer. E isso cobrará seu preço. Você verá no comportamento, nas dificuldades da criança de se relacionar, de se comunicar, de entender, de dizer um obrigado. Você sentirá a falta do desenvolvimento dessa natureza humana; mas deve saber que a raiz dessa falta foi a nutrição do ambiente, incluindo a convivência pessoal. Esse ambiente pode ser o pai, pode ser a mãe, pode ser a escola, pode ser o lugar onde a criança mais convive.
Vamos olhar com olhos de realidade para os ambientes onde estamos inserindo nossas crianças.
E se estamos alimentando tudo que a criança precisa: os 5 sentidos, principalmente, e atendendo os desejos que esses 5 sentidos têm de explorar. Porque nossos sentidos precisam conhecer, precisam explorar a natureza ao redor, os ambiente ao redor. É assim que a gente se desenvolve, através do ambiente, dos estímulos, dos alimentos sensoriais que nós recebemos. Alimentos que não são apenas comida, são também alimentos visuais, alimentos sonoros, alimentos emocionais, alimentos sensoriais, no toque, no provar e ler, no fazer e se escrever, se organizar....
Nutrir para dar Escolha e Decisão
Somente depois que uma plantinha está bem nutrida ela pode escolher para onde ela vai se desenvolver. Não há escolha no início da vida, na primeira fase da vida. Nós apenas escolhemos pelo que nós nos interessamos de acordo com o ambiente vivenciado.
Sua criança não escolhe o que ela quer comer, ela não tem esse poder intelectual de escolher; mas se ela tivesse, escolheria o que é mais saudável. Se você tivesse o poder de escolha desde o início da sua vida, você só teria acertado. Mas nós não temos esse poder desenvolvido.
Então, nas 7 Linguagens, o que desenvolve nosso poder do intelecto é o quanto nós provamos, o quanto nós temos de experiência. Experiências que nós recebemos por cada ambiente que passamos.
Os ambiente nos alimentam, nos dão experiências de vida, nos dão experiências de sentidos. Nós sentimos cada ambiente. Nós registramos tudo isso e isso não é uma escolha. Principalmente de 0 a 7 anos, não há escolha, a criança absorve tudo que foi visto, que foi dito, que foi ouvido, que foi vivenciado; não há filtro.
Os facilitadores direcionam.
Então o mais importante é cuidar extremamente dos ambientes que a criança vai, dos ambientes que nossos alunos estão. Como deixar esses ambientes mais agradáveis, mais belos. Decorar o ambiente sonoro, cuidar das músicas, cuidar das palavras que são ditas, do som da voz, cuidar das visões, cuidar dos filmes, cuidar dos desenhos animados que são vistos, cuidar das exigências que nosso ambiente cobra, tentar sempre produzir uma experiência sensorial até os 7 anos livre e autônoma, facilitar. Isso é muito importante, porque até os 7 anos a percepção está sendo construída, o intelecto está em construção, a mente está sendo construída. E nós sabemos que essa construção é ininterrupta.
A criança, a natureza da gente é como uma plantinha, não para de crescer, não para de se desenvolver. Tem seu período de maior crescimento, que no caso é de 0 a 7 anos, mas depois, também tem o período de começar a brotar, de dar flores.
A nossa flor humana é o nosso comportamento, a nossa fruta, é tudo que fazemos, todo resultado que geramos. Mas se eu não tenho uma boa nutrição na minha raiz como ser humano, partindo desde minha casa, que é o principal ambiente, como poderei ter uma escolha e ação florescida, perfumada?
Ambiente Essência - A CASA, O NINHO
O lar é o principal ambiente, a mãe é o principal ambiente, a família é o principal ambiente. Então se nós não temos esse ambiente bem cuidado, bem nutrido, bem decorado, nós não estamos alimentando a raiz da criança, seus 5 sentidos.
Para as Leis Naturais é isto: existe uma ordem a seguir na educação de 0 a 7 anos. Temos que cuidar nessa ordem, cuidar dessa esponja. Tudo que for visto no ambiente, sentido, ouvido, vivenciado, será registrado, não há como apagar. Esta é a base para o intelecto, para o relacionamento, para o comportamento.
Vamos cuidar do nosso ambiente, do ambiente de casa, vamos cuidar do ambiente onde vamos, lugares que escolhemos para frequentar. Vamos cuidar de como decoramos o nosso ambiente de casa. Que músicas escutamos. Se são ricas, se são perigosas, se elas têm riqueza verbal. Muitas músicas são dor de cotovelo, são palavras que nós não conseguimos deixar uma criança escutar, então por que nós ouvimos?
Vamos pensar profundamente sobre isso, que possamos refletir sobre nosso ambiente de casa. Que você possa decorar seu ambiente de casa com mais beleza, com mais arte com mais amor.
E saber que a sua criança é uma plantinha que se desenvolve de acordo com o seu ambiente, de acordo a luz solar, de acordo com o vento, de acordo com o que é dado na sua raiz, para o seu corporal, de acordo com a nutrição que você, em seu ambiente, promove para essa criança e para você também. Não se esqueça de que todos nós somos natureza.
Nós, adultos, já somos uma planta maior, mais enraizada, com o tronco mais grosso, mais duro, mas mesmo assim nós ainda temos uma raiz, mesmo assim ainda precisamos dos estímulos do nosso ambiente e somos ALTAMENTE INFLUENCIADOS POR ELE ( inconscientemente, muitas vezes).
E nós podemos nutrir a nós mesmos, como mãe, pai, educador; ainda podemos resgatar essa plantinha que habita dentro de nós, que pode não ter sido bem nutrida, bem estimulada.
Podemos começar a nos estimular de acordo com o nutriente que nos falta. Fazer uma auto-análise. Nutriente esse que pode ser tudo que eu ainda não conheço, tudo que eu quis fazer na minha vida mas não pude fazer, tudo que eu quis ter na minha infância mas não pude, se eu quis tocar uma música, mas não pude ter aulas de música, se eu não pude me nutrir na minha raiz com essas coisas que eu gostava, como mãe, como pai, como adulto, ainda há tempo.
Há tempo para estimularmos nós mesmos como uma planta maior, como uma planta criadora. Nós podemos nutrir isso e então ter uma consciência natural de que tudo que está no ambiente está estimulando, está entrando em você, na criança, no seu filho, no seu aluno, no outro.
Não adianta querer educar nos livros se você não educa no exemplo, se você não é um ambiente de educação. Não adianta dar cursos, pagar tratamentos se você não atinge a raiz. E a raiz é a natureza da criança, os 5 sentidos e tudo que estiver ao redor da criança, dessa plantinha.
Que esse alimento, que esse ambiente textual tenha sido rico para o seu intelecto, que tenha servido com estímulo para um novo olhar, uma nova visão, uma maior percepção do que cobrar, de como "exigir"ou fluir, de como alimentar e, às vezes, de como não podar, não buscar remediar a superfície, a folha, o comportamento, mas enxergar o que está por trás da folha, do comportamento: A RAIZ, o que está causando os problemas, as dificuldades de comunicação ou/e relacionamento que você tem na sua casa, na sua escola, na sua vida.
Nosso ambiente é precioso, ele é o nosso alimento, nosso habitat de crescimento. E que nosso ambiente seja um ambiente de crescimento natural.
Então desperte sua visão natural, porque nós somos um Toto Natureza, um coletivo de Naturais.
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7 Linguagens Naturais e Musicais.
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